[resenha] 2083 por Vicente Muñoz Puelles

2083 - Vicente Muñoz Puelles.
Livro no Skoob.
Editora Biruta.
140 páginas.
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Saraiva || Americanas || Submarino

O fim dos livros de papel e tinta está próximo. Restarão poucos exemplares: as antiguidades valiosas ou as relíquias de família. Verdade? Ilusão? Fantasia? Imagine-se agora em 2083 e surpreenda-se: o livro eletrônico também não existe mais. O que restou das histórias e dos autores que admiramos? Desapareceram sem deixar vestígios? Não! Seria impossível destruir os textos que nos emocionaram, que nos fizeram viver melhor e nos tornaram mais humanos. Não se desespere, todos sobreviveram e você poderá conhecê-los bem perto, numa viagem de turismo... no modo amplificador de inteligência. Embarque na bibliotravel.

Recebi 2083 do autor Vicente Muñoz Puelles recentemente da editora Biruta - parceira do blog - e com grandes expectativas fui afim de ser algo recíproco. Mas estava enganado. Não curti muito a leitura e acho que esse não era o momento certo de ler. Posso dizer que considerei o livro parado e denso - em diversas partes.

O autor narra uma premissa instigante - se posso assim dizer. Encontramos um universo futurístico onde livros - tano físicos, como digitais - não existem mais e sua essência de desvaneceu com o tempo. Isso posso dizer que me causou certa angustia - porque já imaginou o mundo sem livros? PARA TUDO! O ano de embarque - como o próprio nome diz - é 2083, onde a tecnologia dopou o mundo e a submissão tecnológica ao ser humano se foi, dando lugares a tudo - tudo mesmo - tecnológico.

David é o personagem principal, narrando em primeira pessoa, o menino mostra seu universo cotidiano. David vivem com o Pai e ambos quase não se falam, pela falta de tempo na correria do dia-a-dia. David tem um cachorrinho chamado Nove, e ele é totalmente tecnológico. Isso deixou a trama mais participante da premissa em si - gostei.

E após David assistir a uma reportagem onde descobriram um local que abrigava livros antigos, o menino começa a ter interesse e entusiasmo pelos livros. Há diversos questionamentos do menino durante a leitura, onde vemos um pleno interesse e crescimento do personagem sobre esse fantástico universo. Ao buscar mais sobre o assunto, o menino descobre que em sua casa, Pa - nome do seu pai -, guardava o livro que seu bisavô escreveu: "A Ilha dos Livros Perdidos".

David acaba descobrindo que seu pai trabalha em uma empresa chamada Bibliotravel - local onde são implantado as cenas dos livros para que a pessoa viva realmente tudo que acontece no livro. Daí por diante a trama tem um desenrolar em marcha lenta - na minha opinião - e nada mais me instigou.

Não sei o que faltou, mas acho que o livro precisava de uma expansão na sua história. Faltou algo. Tudo é tão pequeno e direto no livro, que senti falta de um pano de fundo maior e bem explorado. Do início do livro até a metade, tudo é novo e atrativo ao leitor, mas da metade ao final, tudo ficou denso e chato. O livro em diversas partes, e em um todo, me lembrou clássicos. Misteriosos e simples. 

Eu queria ter gostado mais do livro, mas algumas cenas me davam vontade de parar e dar um tempo. Um livro que achei que levaria algumas horas para terminar, transformou-se em 3 dias de pura dureza. A parte que mais de deixou de boca aberta, foi o final - na última frase -, relembrando a gostosa leitura do início. Gostei muito de como o final se desencadeou, mas precisa de algo a mais para me encantar. Foi uma história pequena, mas inovadora, tendo seus lados positivos e negativos.

Se eu recomendo? Claro, assim como eu, você pode tirar a sua conclusão. O livro é bom sim, mas não foi totalmente aquilo que eu esperava durante a sinopse. Espero que me entendam, e não fiquem com receio de ler. Vão a fundo e vejam, pois o livro tem ótimas cenas, mas esperava mais.