[Resenha] Seis Coisas Impossíveis por Fiona Wood

Dan Cereill levou um encontrão da vida: seu pai faliu, assumiu que é gay e separou-se de sua mãe, tudo de uma vez só. Enquanto isso, sua mãe recebeu de herança uma casa tombada pelo patrimônio histórico que cheira a xixi de cachorro, mas que não pode ser reformada... E, agora, Dan está vivendo em uma casa-relíquia que parece um chiqueiro, com uma mãe supertriste e sem conseguir falar com o pai — que ele ama muito. Suas únicas distrações são sua vizinha perfeita, Estelle, e uma lista de coisas impossíveis de fazer, como: 1. Beijar a garota. 2. Arrumar um emprego. 3. Dar uma animada na mãe. 4. Tentar não ser um nerd completo. 5. Falar com o pai quando ele liga. 6. Descobrir como ser bom e não sair abandonando os outros por aí... Mas impossível mesmo será: 1. Não torcer para que Dan supere seus problemas. 2. Não rir muito com os devaneios dele. 3. Não querer ter um cachorrinho como Howard. 4. Não desejar que a mãe de Dan encontre a felicidade. 5. Parar de ler este livro. 6. Não querer abraçar o livro depois de tê-lo terminado...

Seis Coisas Impossíveis, é o livro de estréia da autora Fiona Wood, lançado ano passado pela editora Novo Conceito. Quero começar essa resenha dizendo que estou um pouco triste. Venho escolhendo livros que de uma forma me encantam em suas sinopses, mas na hora da história, tudo brocha! Mas, vamos lá...

Dan Cerreill é impactado após sua vida ser virada de cabeça pra baixo. Seu pai faliu, separou-se de sua mãe, e acaba de assumir sua homossexualidade. Impactante... Pelo menos era o que pensava. O rumo que a autora levou a história foi bem diferente do que imaginava. Aprendi a não esperar tanto de livros que me encantam em sua sinopse, pois o baque depois da decepção pode ser grande.

Sua sinopse persuasiva induzia-nos a pensar que seria um livro com temas delicados, mas que de uma maneira sutil, traria um livro delicado. Ao contrário, foi um livro chatinho, daqueles arrastados. Demorei um pouco para terminar, e concluir no final de que a realidade não condizia com a sinopse. Achei - de verdade - que iria chorar horrores com o livro de tanto rir. No começo - bem nas primeiras páginas -, a autora passa um ar bem cômico, isso me chamou muito a atenção, mas depois do capítulo 3, adeus parte cômica. Sério, eu ri muito com as piadinhas no começo do livro e senti muita falta disso ao decorrer. Acho que se ela tivesse mantido essa parte "engraçada", influenciaria muito no sentido que ela deu à trama.

O romance do livro é bem leve, light, - e meio irritante -, porém dá um gás na história e é o que mais predomina. A autora tinha um grande tema em mãos, poderia trabalhar com calma e surpreender o leitor. Questões delicadas como impactos na adolescência, questões sexuais, separações, conflitos, divergências... Olha quanta coisa que foi perdida! Tudo ficou tão raso, simples, murcho... O protagonista é uma garoto normal. Meio confuso com tudo o que estava acontecendo - até aqui, okay! -, entretanto mal trabalhado. Imagina uma história delicada, e quando você pensa que vem coisa interessante para desenrolar o manto, tudo continua igual.

Seis coisas Impossíveis deixou muito a desejar no que sua premissa prometeu. Altas expectativas que no fim, deu-se em apenas um livro bom e nada mais. No fundo, no fundo, não é um livro ruim. Ao contrário! É leve, bem juvenil, tranquilo, porém não condisse com o que eu esperava. Mas recomendo, porque muita gente gostou por ser mais tranquilo. E não vá esperando algo profundo, apenas algo para espairecer.