Uma mulher corria desesperadamente. Ela parecia ter algo em suas mãos. Possuía na mão esquerda algo que parecia um envelope ou uma pasta, do qual havia alguns documentos dentro e na outra carregava uma pequena moeda de prata.
Ela corria no meio das avenidas como se estivesse fugindo de alguém ou alguma coisa misteriosa.
Alguns metros atrás, via-se uma figura esquisita, careca e de óculos escuros, o que era extremamente estranho, pois era noite e quem usaria óculos escuros a noite?
O estranho homem careca, de aproximadamente 38 anos idade, pele bem morena, de mais ou menos 1,85 de altura, tipo atlético, mãos fortes e expressão severa. Ele não estava correndo mas andava em passos largos, vestia um sobretudo preto e usava calças jeans escura. Ele não a perdia de vista, nem um segundo sequer.
A mulher corria pela avenida Del Corso e de repente entrou em uma rua secundária, a via Delle Muratte para tentar despistá-lo. Ela correu até o seu final e deparou-se com a grande Fonte de Trevi, uma das maiores belezas e um dos pontos turísticos mais visitados da cidade de Roma.
Ela parou e olhou para trás, estava assutada e ofegante. Parecia que não havia mais ninguém lá, nem ao menos aqueles turistas inconvenientes que bebem até altas horas e depois saem dos bares para as baladas. Não, não havia ninguém, nem ao menos o seu perseguidor, seu pesadelo, ela estava só.
Estou a salvo! - pensou ela mais aliviada.
Tornou a olhar ao seu redor para certificar-se de que realmente estava sozinha. Continuou caminhando em direção à fonte, olhou para sua mão, da qual segurava firmemente uma moeda de prata do século XVI. Ela olhou para a fonte e então como que em um impulso, jogou-a dentro das águas da fonte.
Se eu morrer, o seu segredo ficara à salvo! - pensou.
Ela suspirou e abaixou a cabeça, estava receosa mas sabia que não tinha como escapar, era certo que seu inimigo iria encontrá-la. De repente ouviu passos que pararam subitamente. Ela suspirou e fechou os olhos por um instante apenas mas não conseguiu conter-se e olhou para trás. Com um grito de horror, ela deparou-se com seu opressor, o mesmo homem careca que usava óculos escuros. Ela deu dois passos para trás, porém foi agarrada pelo braço. Não houve meio de fugir. Em italiano, ele perguntou
“ Dove è la moneta??” - Onde está e moeda?.
“Che moneta?” - Que moeda? - perguntou ela, fingindo não saber do que se tratava.
“La moneta!!” - A moeda!! - insistiu o homem.
Ela olhou para ele como se soubesse seu destino certo.
Amedrontada, continuou a conversa dizendo: - Eu não sei do que você está falando!!
Ele se irritou demasiadamente e falou-lhe em inglês com tom um tanto agressivo:
“You know it! Where’s the coin?” Você sabe! Onde está a moeda???
Houve silêncio por alguns segundos.
Está em Sevilha! Eu a enviei de volta para lá. - disse ela desesperadamente - Você jamais a terá em suas mãos.
Ele olhou para a mulher por alguns segundos. Isso lhe trazia um certo frio na barriga, pois ela não fazia ideia sobre o que ele estava pensando, porém sabia que não havia chance, era chegada a hora.
O homem aproximou o rosto do ouvido dela e perguntou sarcasticamente:
Já dançou com o demônio no inferno à luz do luar?
Ela arregalou os olhos e seu coração bateu aceleradamente.
O homem sorriu. Ela notou que seu dente incisivo tinha uma cobertura de prata. Seu sorriso demoníaco era algo que a assustava e a deixava sem fala.
Estou morta! pensou ela.
Como que em movimento instantâneo, o homem puxou uma faca que estava em sua cintura e cravou-a na barriga da mulher. Ela arregalou os olhos e por um minuto ficou sem fôlego. Sabia que ia morrer, não tinha mais esperanças de que alguém viesse ao seu socorro. Seu ferimento doía muito e ela sabia que ainda não havia terminado.
Ele olhou-a profundamente nos olhos e puxou a lâmina para cima, abrindo ainda mais o ferimento, um corte de mais ou menos 10 cm. Ela gemeu.
O homem puxou a faca para fora e cravou-a novamente na barriga dela no lado esquerdo do corpo. Ela tremeu da cabeça aos pés, não conseguia mais respirar, era só questão de tempo até sua vista escurecer. O assassino puxou a lâmina para o outro lado, no sentido horizontal, abrindo um outro corte com aproximadamente a mesma medida da anterior.
Já quase sem vida, ela ia caindo ao chão, agarrando-se no sobretudo do assassino.
Ele tomou o envelope que ela tinha na mão e pensou o quanto sua missão estava sendo fácil. Olhou para o corpo caído no chão e abaixando-se ao lado, tomou-lhe a mão esquerda e puxando o dedo polegar passou-lhe a faca e cortou-o.
Isso nos será muito útil!! - pensou. - Então pegou-a no colo e jogou seu corpo dentro da Fonte de Trevi.
O assassino não parecia ter acreditado que ela realmente havia enviado a moeda de volta à Sevilha, pensou então que conseguiria achá-la em outro lugar.
A moeda deve estar em seu laboratório. - pensou ele.
O cruel assassino olhou para os lados e ao ver que não havia mais ninguém por perto que pudesse ser-lhe uma ameaça, arrumou o sobretudo, ajeitou os óculos e disse:
Está consumado!
Com um sorriso irônico, olhou os documentos históricos rapidamente para constatar que eram autênticos, e tão logo fez isso saiu, sem deixar marcas.
Em torno de 5 horas da manhã, um grupo de Tailandeses que estava de férias em Roma e que estavam voltando de uma noitada, aproveitaram a brincadeira e foram até a Fonte de Trevi para tirarem algumas fotos.
Uma linda moça Tailandesa estava muito animada e parecia um pouco bêbada. Ela pediu a outra amiga para tirar uma foto dela enquanto jogava uma moeda dentro da Fonte de Trevi.
Ela ficou de costas e então fez um pedido, fechou os olhos e atirou. Só então virou-se para trás para ver onde a moeda tinha caído e então arregalou os olhos quando viu as águas avermelhadas. A jovem deu um grito de horror ao ver um corpo de uma mulher morta à facadas dentro da fonte
Todos correram para ver. Era um total de 13 jovens Tailandeses. Todos gritaram e outros tamparam os olhos para não verem a cena horripilante e macabra, típica de filme Sexta Feira 13. Era horrível
Vamos chamar a policia! - gritou um deles.
A polícia foi acionada e então eles foram até o local para investigarem o assassinato.
A vítima foi assassina à facadas! Em seu abdômen ficaram as marcas de um assassinato brutal e impiedoso.
Na altura da barriga dela, o assassino furou duas vezes, puxando a lâmina para cima e para o lado, formando assim uma cruz na altura do abdômen. Era horrível!
Falta-lhe o dedo polegar da mão esquerda! - disse um dos policiais - Por que um assassino iria querer arrancar um dedo de sua vítima???
Não havia muitas evidências sobre quem havia feito aquilo, nem uma testemunha sequer.
Ao checarem os documentos da vítima, descobriram que ela era uma pesquisadora inglesa que vivera em Frankfurt, na Alemanha, por isso tinha a carteira de motorista de lá, porém já havia alguns anos que estava morando e trabalhando em Turim, em um local chamado Centro de Pesquisas da Síndone. Seu nome era Marylin Kooper.
Gosto muito dos livros da Valentine Cirano, já li Plano de voo e gostei muito da escrita dela. Estou de olho nos lançamentos dela, já tinha lido essa estória no blog dela e tenho certeza de que o livro será um sucesso, gostei muito do texto já publicado :)
ResponderExcluirAbraços
Caíque Fortunato
http://entrepaginasdelivros.blogspot.com/